A contratação de Kyle Larson pela Hendrick Motorsports é um dos maiores destaques da silly season da NASCAR.
Fonte: Twitter/Darlington Raceway |
Depois de ter ficado com a sua carreira em perigo na sequência da sua suspensão pela NASCAR depois de ter proferido um comentário racista (a palavra n-) no seu live stream na plataforma Twitch do evento virtual "Monza Madness" em abril, Larson recebeu uma segunda oportunidade ao ter sido contratado pela equipa de Rick Hendrick, naquela que foi uma das maiores histórias do ano. No entanto, o facto de a Hendrick ter trazido o número 5 de volta também tem um grande simbolismo, uma vez que marca o regresso do número mais icónico de uma das maiores equipas da NASCAR.
Para sempre associada aos triunfos de Jimmie Johnson e de Jeff Gordon, a Hendrick fez com que os números 24 e 48 se tornassem verdadeiros ícones, com esses a serem mesmo os dois números com mais vitórias da equipa. Contudo, o seu número original foi o 5, que foi usado entre 1984 e 2017, antes de regressar à atividade no próximo ano com Kyle Larson. Aliás, a história do 5 é tão longa, que, mesmo sem ter sido utilizado por três anos, continua a ser o número que participou em mais provas pela Hendrick, tendo disputado 1129 corridas da Cup Series, vencendo 38 e obtendo um título. Larson será o décimo piloto ao volante do 5 pela equipa.
Parte 1 (1984-2004)
O número foi o primeiro a ser utilizado pela então chamada "All Star Racing", que entrou no escalão principal da NASCAR em 1984 com um carro a tempo inteiro para Geoff Bodine. Depois de um mau início de época e com a equipa a passar por grandes dificuldades financeiras, Bodine venceu a primeira corrida daquela que é a atual Hendrick Motorsports em Martinsville, ganhando também em Nashville e em Riverside para acabar o campeonato em nono. Bodine continuou ao volante do número 5 até ao final de 1989, tendo vencido mais quatro corridas, incluindo a Daytona 500 de 1986, naquele que foi o primeiro triunfo da equipa na "Great American Race".
Depois de ter sido o primeiro a competir pela equipa, Bodine deixou a Hendrick (já com este nome desde 1985) quando esta já inscrevia três carros a tempo inteiro. Ricky Rudd substituiu Bodine em 1990, vencendo uma corrida em cada uma das quatro épocas que passou no carro. Rudd foi também o responsável por dar o melhor resultado na classificação final do campeonato da história do número 5 até então, terminando a época de 1991 na segunda posição atrás de Dale Earnhardt.
No entanto, o piloto que marcaria para sempre o 5 só faria a sua primeira corrida com o número original da Hendrick em 1994. Terry Labonte, que já tinha sido campeão da Cup Series em 1984, iria disputar 11 temporadas consecutivas no carro, vencendo 12 corridas nesse período. O mais velho dos irmãos Labonte deu mesmo o primeiro e único título ao número 5 ao sagrar-se campeão pela segunda vez na sua carreira em 1996, ano em que bateu o seu colega de equipa Jeff Gordon no campeonato. Apesar de ter vencido apenas duas corridas (contra as 10 de Gordon), Labonte acabou 21 das 31 provas no top cinco, fazendo da consistência a sua melhor arma para lutar com o piloto que definiu a segunda metade da década de 1990.
Fonte: Twitter/NASCAR PICTURES |
Contudo, o período de Labonte ao volante do 5 tem de ser dividido em duas partes. Se até ao final de 1999, o bicampeão da Cup Series ganhou pelo menos uma corrida por época, o primeiro ano do novo milénio iria marcar o ocaso da sua carreira, com Labonte a falhar mesmo duas provas devido a um grave acidente em Daytona onde partiu uma perna. Depois de ter sido substituído por Todd Bodine e Ron Hornaday nas duas provas seguintes, Labonte voltou à competição em meados de 2000, mas só voltaria a vencer em Darlington em 2003, naquela que seria a última vitória da sua carreira. Após terminar o campeonato de 2004 em 27º, o campeão de 1984 e 1996 retirou-se das corridas a tempo inteiro no fim do ano.
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